FBHA divulga dados econômicos dos segmentos de alimentação e alojamento no Brasil e nas cidades-sede da Copa de 2014
A Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) realizou um estudo a partir de dados da RAIS, base do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) sobre a evolução da empregabilidade dos segmentos que a Federação representa, tendo como referências os anos de 2000 e 2009, no Brasil e nos doze estados que receberão a Copa do Mundo. O presente estudo tem por objetivo analisar a trajetória e características dos segmentos de alimentação e alojamento, a partir de dados relativos ao emprego com carteira assinada, ocupação (emprego formal e informal) e estabelecimentos.
A partir dos dados, verificou-se um aumento de 57,11% no número total de empregados no Brasil, no período. Apenas o segmento de alimentação teve incremento no nível de emprego de 89,71%. Já o de alojamento no país registrou elevação de 40,86% no período. No ano de 2000, os segmentos de alimentação e alojamento somados representaram 3,02% do total de empregos gerados no Brasil. Já em 2009, a representatividade foi de 3,41%, um incremento de 0,39 pontos percentuais no índice.
Tabela 1 – Evolução do Emprego no Brasil.
2000 |
2009 |
Taxa de Crescimento % | |
Alimentação |
591.661 |
1.122.467 |
89,71 |
Alojamento |
201.649 |
284.049 |
40,86 |
Alimentação+Alojamento |
793.310 |
1.406.516 |
77,30 |
Total Brasil |
26.228.629 |
41.207.546 |
57,11 |
Quando analisados apenasos dados das cidades-sede, percebe-se um acréscimo de 40,22% no nível de emprego. Já o emprego nos segmentos de alimentação e alojamento juntos representou uma elevação de 56,31%, representando mais de 560 mil trabalhadores. A representatividade dos segmentos que a FBHA defende passou de 3,68% em 2000 para 4,10% em 2009, um avanço de 0,42 pontos percentuais.
Tabela 2 – Evolução do Emprego nas Cidades-Sede.
2000 |
2009 |
Taxa de Crescimento % | |
Alimentação |
290.202 |
485.976 |
67,46 |
Alojamento |
68.839 |
75.238 |
9,30 |
Alimentação+Alojamento |
359.041 |
561.214 |
56,31 |
Total Cidades-Sedes |
9.765.830 |
13.693.279 |
40,22 |
No ano de 2009, os empregos gerados pelas cidades-sede, abarcando todos os setores econômicos, representavam 33,23% de todo o emprego gerado no Brasil. Quando comparamos apenas os segmentos de alimentação e alojamento, as doze cidades-sede concentram 40% de toda a mão-de-obra destes setores em todo o Brasil, embora esta proporção tenha diminuído em relação a 2000 (45,26%).
De acordo com dados da RAIS, o Brasil conta, atualmente com 3,23 milhões de estabelecimentos formais de todos os ramos de atividade, sendo que somente as doze cidades-sede da Copa de 2014 concentram 23,76% destes estabelecimentos. Estes dados demonstram a centralização do emprego e dos estabelecimentos nos principais centros econômicos do Brasil, sendo que um terço dos empregos e um quarto dos estabelecimentos formais estão concentrados nestas capitais. Com relação aos segmentos de alimentação e alojamento nestas cidades, existem cadastrados na base de dados do MTE, aproximadamente, 52 mil empresas, representando um aumento de 38,24% de 2000 para 2009.
Tabela 3 – Evolução do Número de Estabelecimentos Formais nas Cidades-Sede
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2000 |
2009 |
Taxa de Crescimento % | |
Alimentação |
34.019 |
47.883 |
40,75 |
Alojamento |
3.562 |
4.068 |
14,21 |
Alimentação+Alojamento |
37.581 |
51.951 |
38,24 |
Total Cidades-Sedes |
596.273 |
765.861 |
28,44 |
Na análise da média de empregados por estabelecimento, no segmento de alimentação existem cerca de 10 empregados, por empresa, nas cidades-sede. Em termos de alojamento, a média é de 19 funcionários nessas cidades. Vale destacar que, de acordo com o critério do SEBRAE de classificação por porte de empresas, são consideradas MPEs (micro e pequenas empresas) empresas com até 49 funcionários para os setores de comércio e serviços. Apesar de não termos uma distribuição de frequência para estes dados, existem estatísticas que apontam que 98% das empresas destes segmentos são consideradas MPEs.
O expressivo número de empresas do setor de alimentação decorre, principalmente, do caráter familiar desses estabelecimentos. Outra característica do setor com relação à mão-de-obra é a contratação de jovens para o primeiro emprego e a elevada rotatividade de funcionários. Esta última peculiaridade dificulta a manutenção do padrão de atendimento dos estabelecimentos, levando os empresários a aumentarem os gastos com capacitação de seus colaboradores. De acordo com informações da Associação Nacional dos Restaurantes (ANR), do total gasto pelos restaurantes com funcionários, 6,5% vão para programas de capacitação, e 61% dos pesquisados possuem programas de capacitação para seus funcionários.
O tema qualificação torna-se ainda mais importante quando considerada a proximidade da Copa do Mundo. É inegável que, além das melhorias estruturais que serão necessárias para que o Brasil sedie o maior evento esportivo mundial, também será imprescindível um amplo trabalho visando à qualificação e capacitação dos profissionais ligados ao turismo.
O Ministério do Turismo já se mostrou comprometido no desenvolvimento destas ações, contabilizando uma grande parceria com o trade, inclusive com a FBHA, que, atualmente desenvolve o Projeto “Profissional Bom de Copa”, no âmbito do Bem Receber Copa, um grande passo das entidades de classe para a promoção da qualificação profissional.
Fonte: NewsLetter FBHA - Edição 9